Estimulação magnética na Afasia

  • Estimulación magnética en afasia. Clínica San Vicente

ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA NA AFASIA

1.-  INTRODUÇÃO

Depois de sofrer um icto,  já desde a fase aguda pós-lesional, gera-se uma reorganização das redes neuronais que não foram afetadas, de modo que os neurónios saudáveis podem “aprender” funções dos neurónios danificadas e substituir esses, dando lugar à neuroplasticidade ou plasticidade neuronal. A neuroplasticidad ou plasticidade neuronal é a facultade do tecido nervoso para se auto-reorganizar.

Esse fenómeno (Neuroplasticidade) está condicionado por fatores genéticos, idade do paciente, grau de dependência prévio ao evento lesivo, a precocidade com que se inicie a neurorreabilitação, apoio sócio familiar, complicações intercorrentes, bem como pela localização, intensidade, natureza e extensão dessa lesão cerebral.

A maioria dos sintomas depois do acidente cerebrovascular não se devem apenas à lesão nela própria, mas à hiperatividade registada no hemisfério intacto para o lesionado, que fica inibido.

Por outro lado, a EMT (A Estimulação Magnética Transcraniana) acelera os mecanismos de neuroplasticidade, reorganizando com celeridade as conexões cerebrais, isso comporta uma maior eficiência das redes neuronais da área afetada.

A EMT repetitiva (EMTr) de baixa frequência (≤ 1 Hz) aplicada sobre o hemisfério saudável diminui a ativação cortical difusa, posterior a um icto, das áreas motoras primária e secundária de ambos os hemisférios cerebrais, ativando a área cortical lesionada que tinha sido inibida e favorecendo a sua excitabilidade e recuperação motora. Contudo, a EMTr de baixa frequência, frequências (≥ 5 Hz), incrementa a excitabilidade cortical, e pode ser aplicada para produzir uma estimulação neuronal do córtex cerebral do hemisfério lesionado. Ou seja, a EMT acelera os mecanismos de neuroplasticidade reorganizando com celeridade as conexões cerebrais, isso comporta uma maior eficiência das redes neuronais da área afetada.

 

afasia2

A EMT passou a ser considerada uma realidade terapêutica em doenças neurodegenerativas, psiquiátricas, neurológicas e de outras especialidades clínicas, uma vez que confere efeitos neuroprotetores, incidindo favoravelmente na modulação da neuroplasticidade, ajudando desta forma o cérebro na sua capacidade para renovar e/ou reconectar circuitos neuronais e, com isso, adquirir novas habilidades e destrezas.

A EMT no icto pode ser usada também como técnica de terapia regenerativa.

Relativamente aos seus efeitos terapêuticos no paciente com icto, a EMT pode ser focalizada para a melhoria da neuroplasticidade, e com isso para cada um dos sintomas associados ao icto (recuperação motora, transtornos da linguagem e a deglutição, depressão e dificuldades percetivas e cognitivas)

A base desta terapia neurorreabilitadora é fundamentada em que o cérebro é uma entidade dinâmica adaptável às alterações ambientais quer internas como externas.

A EMT é uma técnica que nos permite atuar de forma positiva sobre estas alterações neuronais de um modo seguro e não invasivo, sempre que seja implementada por uma equipa médica com experiência: A intensidade do pulso eletromagnético na aplicação da EMT é uma medida individual e específica para cada paciente, portanto devem ser seguidos os guias e os protocolos, e existe variabilidade a depender da Equipa Médica e terapêutica que o aplique.

afasia3

2. – O QUE É A AFASIA?

 A afasia consiste num transtorno na capacidade de expressão e/ou compreensão da linguagem, geralmente a raiz de uma lesão na região perisilviana do hemisfério cerebral esquerdo.

 Em resumo, a afasia é uma alteração adquirida da capacidade para emitir e/ou compreender a linguagem, tanto oral e escrita, como gestual.

 A linguagem é o veículo do pensamento. As afasias envolvem quase sempre transtornos das outras funções da linguagem escrita (agrafia) e da leitura (alexia).

 A clínica dos pacientes afásicos, dependerá da localização e o tamanho da lesão cerebral, bem como da capacidade cerebral dos neurónios saudáveis para assumirem as funções dos lesionados (o que se denomina plasticidade neuronal ou neuroplasticidade).

 Em ocasiões, depois do evento lesivo, as alterações organizativas da atividade cerebral interneuronal da zona afetada e das regiões saudáveis circundantes, permitem recuperar a capacidade da linguagem. Por isso, quando os doentes que sofrem afasia superam o período agudo de convalescença e se encontram estabilizados, devem receber um tratamento ortofonista como ajuda para alcançar esse objetivo.

 A etiologia da afasia é variada: um icto ou enfarte cerebral (é a causa mais frequente), um traumatismo cranioencefálico, uma infeção do encéfalo, uma neoplasia cerebral, as demências, etc…

 Os hemisférios cerebrais direito e esquerdo têm funções diferentes relativamente à linguagem, o esquerdo está mais especializado nos aspetos léxico e sintático, e o direito nos aspetos prosódicos ou “emocionais” da linguagem.

3- O QUE É A ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA (EMT)?

afasia5

A EMT é uma forma não invasiva de estimulação do córtex cerebral, e representa uma ferramenta técnica que alarga o leque de possibilidades de estudo e investigação no campo das neurociências, bem como no tratamento de diversas doenças e transtornos neuropsiquiátricos. Permite a estimulação segura, indolor e incruenta do tecido nervoso (córtex cerebral, medula espinal, vias motoras centrais e nervos periféricos), bem como regular de forma controlada a atividade cerebral.

Fundamentos:

A EMT é baseada no princípio de indução eletromagnética, descoberto por Michael Faraday em 1831. Uma corrente elétrica passa através de uma bobina de fio de cobre encapsulada numa carcaça de plástico, situada sobre a cabeça do paciente. No momento em que um pulso de corrente passa através da bobina de estimulação, gera-se um campo magnético que passa através do couro cabeludo e a calota craniana sem se atenuar. Este campo magnético variável no tempo induz uma corrente elétrica no tecido neuronal do cérebro, cujo volume depende da forma, tamanho, tipo e orientação da bobina, a força (intensidade) do campo magnético e a frequência e a duração dos pulsos magnéticos produzidos. Deste modo, a EMT poderia considerar-se como uma forma de estimulação elétrica não invasiva, sem elétrodos, por indução eletromagnética.

afasia6

Esta corrente elétrica atua sobre as células cerebrais (neurónios) inibindo ou estimulando os seus efeitos.

Da perspetiva terapêutica, existem uma grande quantidade de estudos que demonstram que a Estimulação Magnética Transcraniana é efetiva e ainda pode ser considerada segura, sempre que se utilizar por uma equipa médica qualificada e se cumpram os guias de segurança.

 4- APLICAÇÕES TERAPÊUTICAS E USO ATUAL DA EMT:

 A EMT, por ser uma técnica não invasiva, bem tolerada e com escassas contraindicações, tornou-se numa terapia “de ponta”, de vanguarda, em diversos transtornos tanto psiquiátricos como neurológicos (especialmente em pacientes com patologia cerebrovascular), e está aprovada pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos como tratamento de escolha quando o paciente apresentar uma depressão maior refratária ao tratamento farmacológico convencional.

afasia7

As suas aplicações são múltiplas e cada vez mais amplas, devido aos trabalhos de investigação que estão a surgir todos os anos:

Afasia: A afasia, nas suas diferentes modalidades, é uma consequência comum do icto, sobretudo do hemisfério esquerdo, caracterizada por transtornos na fala, a compreensão, a leitura e a escritura. O tratamento mediante EMT resulta mais eficaz, com base na literatura científica publicada, em pacientes com afasia motora (não fluente) ou naquelas afasias globais de predomínio motor.

Vários trabalhos contribuíram a corroborar que a estimulação por ela própria melhora os transtornos da linguagem, quer na identificação de imagens quer na linguagem espontânea, e nos testes de repetição, nominação e compreensão.

 Disfagia orofaríngea: A pesar da sua incidencia ser de 50% nos pacientes com icto, a disfagia orofaríngea encontra-se infraestimada e infradiagnosticada, constituindo uma causa de desnutrição e de pneumonia broncoaspirativa, que incrementa a taxa de mortalidade nestes pacientes (20-30% das mortes pós-icto).

A disfagia orofaríngea produz dois tipos de complicações: alterações na eficácia da deglutição (o que causa malnutrição ou desidratação) e insegurança ao deglutir (que pode chegar a produzir pneumonia por aspiração). A disfagia após um icto é consequência do dano produzido no córtex motor dominante.

afasia8

5.- ESQUEMA DE TRATAMINTO

 Antes de iniciar a primeira sessão de EMTR, realiza-se uma visita médica para comprovar que o paciente não apresenta nenhuma contraindicação e que o mesmo está em condições de colaborar no tratamento. Também é realizada uma avaliação ortofonista antes e depois do tratamento, bem como visitas de acompanhamento posteriores, para avaliar a resposta a este tipo de terapia neurorreabilitadora combinada.

PLAN DE TRATAMENTO AFASIA: O protocolo de tratamento da afasia que se realiza na Clínica San Vicente está baseado no protocolo desenvolvido pelo Berenson-Allen Center for Noninvasive Brain Stimulation (CNBS) at Beth Israel Deaconess Medical Center and Harvard Medical School, o qual tem como base de sustentação científica os diferentes trabalhos de investigação levados a cabo fundamentalmente por Margaret Naeser e os seus colaboradores.

 Consiste em 10 sessões de EMTr (uma sessão diária durante os 10 dias laboráveis de duas semanas) de 20 minutos seguidas de tratamento ortofonista intensivo (2 horas diárias aproximadamente).

 PLAN DE TRATAMENTO DISFAGIA: A aplicação da estimulação realiza-se 10 minutos por dia durante 2 semanas, sobre o córtex motor contralesional, tendo-se demonstrado a melhoria da deglutição e a diminuição no risco de aspiração após o tratamento.

 6.- EFEITOS SECUNDÁRIOS

 A EMT é uma técnica segura sempre que se sigam as orientações de segurança. Alguns pacientes submetidos a esta estimulação cortical podem experimentar efeitos secundários após a sua aplicação, que possam ser considerados como leves e passageiros, tal como dores a nível cefálico ou cervical; e que na infrequente situação de persistência, se mitigam mediante a ingestão de analgésicos comuns.

Por outro lado, o risco de sofrer crises epiléticas durante a EMT é muito baixo e não foi demonstrado que a EMT incremente o risco de desenvolver crises epiléticas, em pacientes epiléticos controlados, uma vez finalizada a sessão de estimulação.

  7.- CONTRAINDICAÇÕES

 As principais contraindicações relativas que a EMT tem são: mulheres em período de gestação e crianças menores de seis anos.

 Relativamente  às contraindicações absolutas encontram-se as seguintes: pacientes com marca-passos, elétrodos de estimulação cerebral profunda, dispositivos eletrónicos corporais (bombas de infusão medicamentosa) ou elementos metálicos intracranianos (placas metálicas, arames, parafusos, válvulas cardíacas ou de derivação ventrículo-peritoneal, implantes cocleares, etc.). Também não se deve realizar o tratamento em pacientes que apresentem uma epilepsia não controlada. Prévio início do tratamento, um médico avaliará cada caso de forma individualizada, para descartar a presença de alguma contraindicação.

Símil gráfico de precaución ante contraindicaciones terapéuticas.

8.- CONCLUSÕES

  • A EMT demonstrou ser uma aliada técnica de vanguarda, segura e efetiva, para tratar os défices que podem originar-se depois de sofrer um icto, bem como resultar, em termos de segurança, inócua para o paciente. Igualmente, a EMT resultou especialmente valiosa para ajudar a promover a regeneração cerebral pelo mecanismo de neuroplasticidade.
  • Os pulsos eletromagnéticos excitatórios e inibitórios aplicados no hemisfério cerebral ipsilateral ou contralateral à lesão, bem como a nível da área transcalosa para modular a comunicação entre ambos os hemisférios cerebrais (segundo o efeito que se deseje produzir), brindam-nos a possibilidade de otimizar a atividade cerebral funcional, ao induzir mudanças na conectividade interhemisférica, bem como conseguir uma recuperação da área cerebral danificada num tempo menor.
  • Os diferentes estudos levados a cabo no campo da EMT, constataram a melhoria dos transtornos motores, a afasia, a espasticidade, a disfagia orofaríngea e as dificuldades percetivas e cognitivas que aparecem nos pacientes com um icto.

Símil gráfico de las conclusiones actuales a considerar de la EMT.

9.- BIBLIOGRAFIA
  1. Ferro B, Aragmende D. Importancia del logopeda para los pacientes con trastornos del lenguaje y de la deglución. En: Castillo Sánchez J, Jiménez Martín I. Reeducación funcional tras un ictus. Barcelona: Elsevier España, S.L.U.; 2015. p. 161-81.
  2. Figueroa J, Villamayor B, Antelo A. Rehabilitación del ictus cerebral: evaluación, pronóstico y tratamiento. En: Castillo Sánchez J, Jiménez Martín I. Reeducación funcional tras un ictus. Barcelona: Elsevier España, S.L.U.; 2015. p. 89-104.
  3. Campos F, Sobrino T, Sánchez JC. Estrategias neuroprotectoras en el ictus isquémico. En: Castillo Sánchez J, Jiménez Martín I. Reeducación funcional tras un ictus. Barcelona: Elsevier España, S.L.U.; 2015. p. 63-73.
  4. Sobrino T, Campos F, Sánchez JC. Nuevas líneas de futuro: la terapia celular. En: Castillo Sánchez J, Jiménez Martín I. Reeducación funcional tras un ictus. Barcelona: Elsevier España, S.L.U.; 2015. p. 75-85.
  5. Raffin E, Siebner HR. Transcranial brain stimulation to promote functional recovery after stroke. Curr Opin Neurol. 2014; 27: 54-60.
  6. Escribano MB, Túnez I. Estimulación magnética transcraneal como nueva estrategia terapéutica en el ictus. En: Castillo Sánchez J, Jiménez Martín I. Reeducación funcional tras un ictus. Barcelona: Elsevier España, S.L.U.; 2015. p. 121-33.
  7. Edwardson MA, Lucas TH, Carey JR, Fetz EE. New modalities of brain stimulation for stroke rehabilitation. Exp Brain Res. 2013; 224: 335-58.
  8. Lefaucheur JP, André-Obadia N, Antal A, Ayache SS, Baeken C, Benninger DH, et al. Evidence-based guidelines on the therapeutic use of repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS). Clin Neurophysiol. 2014; 125: 2150-206.
  9. The Brain and Behavior. Language. In: Bear MF, Connors BW, Paradiso MA, editors. Neuroscience: exploring the brain. 4th ed. Philadelphia: Wolters Kluwer; 2015. p. 685-718.
  10. Somme J, Zarranz JJ. Trastornos de las funciones cerebrales superiores. Alteraciones del lenguaje y del habla. En: Zarranz JJ, editor. Neurología. 5ª ed. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2013. p. 170-6.
  11. Mayo Clinic Staff. Diseases and Conditions. Aphasia. Basics. Causes. Available at: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/aphasia/basics/causes/con-20027061 (updated March 21, 2015; accessed August 03, 2015).
  12. Ardila A. Daño cerebral en la afasia. En: Ardila A, editor. Las afasias. Miami: Ardila A. 2006. p. 26-47.
  13. Pascual-Leone A, Tormos-Muñoz JM. Estimulación magnética transcraneal: fundamentos y potencial de la modulación de redes neuronales específicas. Rev Neurol. 2008; 46: S3-10.
  14. Verdugo-Díaz L, Drucker-Colin R. Campos magnéticos: usos en la biología y la medicina. En: Túnez Fiñana I, Pascual Leone A. Estimulación magnética transcraneal y neuromodulación. Presente y futuro en neurociencias. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2014. p. 1-19.
  15. Medina FJ, Pascual A, Túnez I. Mecanismos de acción en la estimulación magnética transcraneal En: Túnez Fiñana I, Pascual Leone A. Estimulación magnética transcraneal y neuromodulación. Presente y futuro en neurociencias. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2014. p. 21-30.
  16. Barker AT, Jalinous R, Freeston IL. Non-invasive magnetic stimulation of the human motor cortex. 1985; 1: 1106-7.
  17. Barker AT. The history and basic principles of magnetic nerve stimulation. In: Pascual-Leone A, Davey N, Rothwell J, Wasserman E, Puri B, editors. Handbook of transcranial magnetic stimulation. London: Arnold; 2002. p. 3-17.
  18. Kobayashi M1, Pascual-Leone A. Transcranial magnetic stimulation in neurology. Lancet Neurol. 2003; 2: 145-56.
  19. Rossi S, Hallett M, Rossini PM, Pascual-Leone A; Safety of TMS Consensus Group. Safety, ethical considerations, and application guidelines for the use of transcranial magnetic stimulation in clinical practice and research. Clin Neurophysiol. 2009; 120; 2008-39.
  20. Emara TH, Moustafa RR, Elnahas NM, Elganzoury AM, Abdo TA, Mohamed SA, et al. Repetitive transcranial magnetic stimulation at 1Hz and 5Hz produces sustained improvement in motor function and disability after ischaemic stroke. Eur J Neurol. 2010; 17: 1203-9.
  21. Bayón M. Estimulación magnética transcraneal en la rehabilitación del ictus. Rehabilitación (Madr). 2011; 45: 261-7.
  22. Kakuda W, Abo M, Momosaki R, Morooka A. Therapeutic application of 6-Hz-primed low-frequency rTMS combined with intensive speech therapy for post-stroke aphasia. Brain Inj. 2011; 25: 1242-8.
  23. Corti M, Patten C, Triggs W. Repetitive transcranial magnetic stimulation of motor cortex after stroke: a focused review. Am J Phys Med Rehabil. 2012; 91: 254-70.
  24. Wassermann EM, Zimmermann T. Transcranial magnetic brain stimulation: therapeutic promises and scientific gaps. Pharmacol Ther. 2012; 133: 98-107.
  25. Chervyakov AV, Chernyavsky AY, Sinitsyn DO, Piradov MA. Possible Mechanisms Underlying the Therapeutic Effects of Transcranial Magnetic Stimulation Front Hum Neurosci. 2015; 9: 303.
  26. Camprodon JA. Integración de la estimulación magnética transcraneal con técnicas de neuroimagen. En: Túnez Fiñana I, Pascual Leone A. Estimulación magnética transcraneal y neuromodulación. Presente y futuro en neurociencias. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2014. p. 55-66.
  27. Espinosa N, Arias P, Cudeiro J. La estimulación magnética transcraneal como instrumento para el estudio del sistema visual. En: Túnez Fiñana I, Pascual Leone A. Estimulación magnética transcraneal y neuromodulación. Presente y futuro en neurociencias. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2014. p. 67-78.
  28. García-Toro M, Gili M, Roca M. Estimulación magnética transcraneal en psiquiatría. En: Túnez Fiñana I, Pascual Leone A. Estimulación magnética transcraneal y neuromodulación. Presente y futuro en neurociencias. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2014. p. 79-86.
  29. Valls-Solé J. La estimulación magnética en el estudio de lesiones medulares. En: Túnez Fiñana I, Pascual Leone A. Estimulación magnética transcraneal y neuromodulación. Presente y futuro en neurociencias. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2014. p. 87-100.
  30. Mondragón H, Alonso M. Aplicación de la estimulación magnética transcraneal en la patología cerebrovascular. En: Túnez Fiñana I, Pascual Leone A. Estimulación magnética transcraneal y neuromodulación. Presente y futuro en neurociencias. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2014. p. 101-14.
  31. Tasset I, Agüera E, Sánchez F. Realidad actual de la aplicación de EMT a los trastornos neurodegenerativos y neuropsiquiátricos. En: Túnez Fiñana I, Pascual Leone A. Estimulación magnética transcraneal y neuromodulación. Presente y futuro en neurociencias. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2014. p. 115-25.
  32. Bartrés-Faz D, Peña-Gómez C. Estimulación cerebral no invasiva, redes neuronales y diferencias individuales moduladoras. En: Túnez Fiñana I, Pascual Leone A. Estimulación magnética transcraneal y neuromodulación. Presente y futuro en neurociencias. Barcelona: Elsevier España, S.L.; 2014. p. 41-54.
  33. Carrera E, Tononi G. Diaschisis: past, present, future. Brain. 2014; 137: 2408-22.
  34. Liew SL, Santarnecchi E, Buch ER, Cohen LG. Non-invasive brain stimulation in neurorehabilitation: local and distant effects for motor recovery. Front Hum Neurosci. 2014; 8: 378.
  35. Cunningham DA, Machado A, Janini D, Varnerin N, Bonnett C, Yue G, et al. Assessment of inter-hemispheric imbalance using imaging and noninvasive brain stimulation in patients with chronic stroke. Arch Phys Med Rehabil. 2015; 96: S94-103.
  36. Di Pino G, Pellegrino G, Assenza G, Capone F, Ferreri F, Formica D, et al. Modulation of brain plasticity in stroke: a novel model for neurorehabilitation. Nat Rev Neurol. 2014; 10: 597-608.
  37. Simonetta-Moreau M. Non-invasive brain stimulation (NIBS) and motor recovery after stroke. Ann Phys Rehabil Med. 2014; 57: 530-42.
  38. Malcolm MP, Vaughn HN, Greene DP. Inhibitory and excitatory motor cortex dysfunction persists in the chronic poststroke recovery phase. J Clin Neurophysiol. 2015; 32: 251-6.
  39. Karabanov A, Ziemann U, Hamada M, George MS, Quartarone A, Classen J, et al. Consensus Paper: Probing Homeostatic Plasticity of Human Cortex With Non-invasive Transcranial Brain Stimulation. Brain Stimul. 2015; 8: 442-54.
  40. Cassidy JM, Chu H, Anderson DC, Krach LE, Snow L, Kimberley TJ, et al. A Comparison of Primed Low-frequency Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation Treatments in Chronic Stroke. Brain Stimul. 2015 Jun 22. pii: S1935-861X(15)01009-8. doi: 10.1016/j.brs.2015.06.007 [Epub ahead of print].
  41. Thiel A, Black SE, Rochon EA, Lanthier S, Hartmann A, Chen JL, et al. Non-invasive repeated therapeutic stimulation for aphasia recovery: a multilingual, multicenter aphasia trial. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2015; 24: 751-8.
  42. Demirtas-Tatlidede A, Alonso-Alonso M, Shetty RP, Ronen I, Pascual-Leone A, Fregni F. Long-term effects of contralesional rTMS in severe stroke: safety, cortical excitability, and relationship with transcallosal motor fibers. NeuroRehabilitation. 2015; 36: 51-9.
  43. Yoon TH, Han SJ, Yoon TS, Kim JS, Yi TI. Therapeutic effect of repetitive magnetic stimulation combined with speech and language therapy in post-stroke non-fluent aphasia. NeuroRehabilitation. 2015; 36: 107-14.
  44. Hosomi K, Seymour B, Saitoh Y. Modulating the pain network–neurostimulation for central poststroke pain. Nat Rev Neurol. 2015; 11: 290-9.
  45. Fuentes B, Gállego J, Gil-Nuñez A, Morales A, Purroy F, Roquer J, et al. Guidelines for the preventive treatment of ischaemic stroke and TIA (I). Update on risk factors and life style. Neurología. 2012; 27: 560-74.
  46. Blanco M. Aspectos demográficos y epidemiológicos del ictus. En: Castillo Sánchez J, Jiménez Martín I. Reeducación funcional tras un ictus. Barcelona: Elsevier España, S.L.U.; 2015. p. 11-20.
  47. Kim YH, You SH, Ko MH, Park JW, Lee KH, Jang SH, et al. Repetitive transcranial magnetic stimulation-induced corticomotor excitability and associated motor skill acquisition in chronic stroke. Stroke. 2006; 37: 1471-6.
  48. Hallett M. Transcranial magnetic stimulation: a primer. Neuron. 2007; 55: 187-99.
  49. Malcolm MP, Triggs WJ, Light KE, Gonzalez Rothi LJ, Wu S, Reid K, et al. Repetitive transcranial magnetic stimulation as an adjunct to constraint-induced therapy: an exploratory randomized controlled trial. Am J Phys Med Rehabil. 2007; 86: 707-15.
  50. Ameli M, Grefkes C, Kemper F, Riegg FP, Rehme AK, Karbe H, et al. Differential effects of high-frequency repetitive transcranial magnetic stimulation over ipsilesional primary motor cortex in cortical and subcortical middle cerebral artery stroke. Ann Neurol. 2009; 66: 298-309.
  51. Takeuchi N, Chuma T, Matsuo Y, Watanabe I, Ikoma KS. Repetitive transcranial magnetic stimulation of contralesional primary motor cortex improves hand function after stroke. Stroke. 2005; 36: 2681-6.
  52. Fregni F, Boggio PS, Valle AC, Rocha RR, Duarte J, Ferreira MJ, et al. A sham-controlled trial of a 5-day course of repetitive transcranial magnetic stimulation of the unaffected hemisphere in stroke patients. Stroke. 2006; 37: 2115-22.
  53. Di Lazzaro V, Profice P, Pilato F, Capone F, Ranieri F, Pasqualetti P, et al. Motor cortex plasticity predicts recovery in acute stroke. Cereb Cortex. 2010; 20: 1523-8.
  54. Talelli P, Greenwood RJ, Rothwell JC. Exploring Theta burst stimulation as an intervention to improve motor recovery in chronic stroke. Clin Neurophysiol. 2007; 118: 333-42.
  55. Huang YZ, Rothwell JC, Edwards MJ, Chen RS. Effect of physiological activity on an NMDA-dependent form of cortical plasticity in human. Cereb Cortex. 2008; 18: 563-70.
  56. Ackerley SJ, Stinear CM, Barber PA, Byblow WD. Combining theta burst stimulation with training after subcortical stroke. Stroke. 2010; 41: 1568-72.
  57. Talelli P, Wallace A, Dileone M, Hoad D, Cheeran B, Oliver R, et al. Theta burst stimulation in the rehabilitation of the upper Limb: a semirandomized, placebo-controlled trial in chronic stroke patients. Neurorehabil Neural Repair. 2012; 26: 976-87.
  58. Meehan SK, Dao E, Linsdell MA, Boyd LA. Continuous theta burst stimulation over the contralesional sensory and motor cortex enhances motor learning post-stroke. Neurosci Lett. 2011; 500: 26-30.
  59. Martin PI, Naeser MA, Theoret H, Tormos JM, Nicholas M, Kurland J, et al. Transcranial magnetic stimulation as a complementary treatment for aphasia. Semin Speech Lang. 2004; 25: 181-91.
  60. Naeser MA, Martin PI, Nicholas M, Baker EH, Seekins H, Kobayashi M, et al. Improved picture naming in chronic aphasia after TMS to part of right Broca’s area: an open-protocol study. Brain Lang 2005; 93: 95-105.
  61. Barwood CH, Murdoch BE, Whelan BM, Lloyd D, Riek S, O’Sullivan JD, et al. Improved language performance subsequent to low-frequency rTMS in patients with chronic non-fluent aphasia poststroke. Eur J Neurol. 2011; 18: 935-43.
  62. Naeser MA, Martin PI, Lundgren K, Klein R, Kaplan J, Treglia E, et al. Improved language in a chronic nonfluent aphasia patient after treatment with CPAP and TMS. Cogn Behav Neurol. 2010; 23: 29-38.
  63. Ren CL, Zhang GF, Xia N, Jin CH, Zhang XH, Hao JF, et al. Effect of low-frequency rTMS on aphasia in stroke patients: a meta-analysis of randomized controlled trials. PLoS One. 2014; 9: e102557.
  64. Otal B, Olma MC, Flöel A, Wellwood I. Inhibitory non-invasive brain stimulation to homologous language regions as an adjunct to speech and language therapy in post-stroke aphasia: a meta-analysis. Front Hum Neurosci. 2015; 9: 236.
  65. Li Y, Qu Y, Yuan M, Du T. Low-frequency repetitive transcranial magnetic stimulation for patients with aphasia after stoke: A meta-analysis. J Rehabil Med. 2015 Jul 15. doi: 10.2340/16501977-1988 [Epub ahead of print].
  66. Kakuda W, Abo M, Kaito N, Watanabe M, Senoo A. Functional MRI-based therapeutic rTMS strategy for aphasic stroke patients: a case series pilot study. Int J Neurosci. 2010; 120: 60-6.
  67. Dammekens E, Vanneste S, Ost J, De Ridder D. Neural correlates of high frequency repetitive transcranial magnetic stimulation improvement in post-stroke non-fluent aphasia: a case study. Neurocase. 2014; 20: 1-9.
  68. Rofes L, Vilardell N, Clavé P. Post-stroke dysphagia: progress at last. Neurogastroenterol Motil. 2013; 25: 278-82.
  69. Kedhr EM, Abo-Elfetoh N. Therapeutic role of rTMS on recovery of dysphagia in patients with lateral medullary syndrome and brainstem infarction. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2010; 81: 495-9.
  70. Momosaki R, Abo M, Kakuda W. Bilateral repetitive transcranial magnetic stimulation combined with intensive swallowing rehabilitation for chronic stroke Dysphagia: a case series study. Case Rep Neurol. 2014; 6: 60-7.
  71. Momosaki R, Abo M, Watanabe S, Kakuda W, Yamada N, Kinoshita S. Repetitive Peripheral Magnetic Stimulation With Intensive Swallowing Rehabilitation for Poststroke Dysphagia: An Open-Label Case Series. Neuromodulation. 2015 May 6. doi: 10.1111/ner.12308 [Epub ahead of print].
  72. Doeltgen SH, Bradnam LV, Young JA, Fong E. Transcranial non-invasive brain stimulation in swallowing rehabilitation following stroke–a review of the literature.Physiol Behav. 2015; 143: 1-9.
  73. Pisegna JM, Kaneoka A, Pearson WG Jr, Kumar S, Langmore SE. Effects of non-invasive brain stimulation on post-stroke dysphagia: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials.Clin Neurophysiol. 2015 May 9. pii: S1388-2457(15)00309-0. doi: 10.1016/j.clinph.2015.04.069 [Epub ahead of print].
  74. Khedr EM, Abo-Elfetoh N, Rothwell JC. Treatment of post-stroke dysphagia with repetitive transcranial magnetic stimulation. Acta Neurol Scand. 2009; 119: 155-61.
  75. Verin E, Leroi AM. Poststroke dysphagia rehabilitation by repetitive transcranial magnetic stimulation: a noncontrolled pilot study. Dysphagia. 2009; 24: 204-10.
  76. Patel AT, Duncan PW, Lai SM. The relation between impairments and functional outcomes poststroke. Arch Phys Med Rehabil. 2000; 81: 1357-63.
  77. Lim JY, Kang EK, Paik NJ. Repetitive transcranial magnetic stimulation for hemispatial neglect in patients after stroke: an open-label pilot study. J Rehabil Med. 2010; 42: 447-52.
  78. Kim YK, Jung JH, Shin SHA comparison of the effects of repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS) by number of stimulation sessions on hemispatial neglect in chronic stroke patients. Exp Brain Res. 2015; 233: 283-9.
  79. Kim BR, Kim DY, Chun MH, Yi JH, Kwon JS. Effect of repetitive transcranial magnetic stimulation on cognition and mood in stroke patients: a double-blind, sham controlled trial. Am J Phys Med Rehabil. 2010; 89: 62-8.
  80. Xie Y, Zhang T, Chen AC. Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation for the Recovery of Stroke Patients With Disturbance of Consciousness. Brain Stimul. 2015; 8: 674-5.
  81. Naeser MA, Martin PI, Baker EH, Hodge SM, Sczerzenie SE, Nicholas M, et al. Overt propositional speech in chronic nonfluent aphasia studied with the dynamic susceptibility contrast fMRI method. Neuroimage. 2004; 22: 29-41.
  82. Naeser MA, Martin PI, Nicholas M, Baker EH, Seekins H, Kobayashi M, et al. Improved picture naming in chronic aphasia after TMS to part of right Broca’s area: an open-protocol study. Brain Lang. 2005; 93: 95-105.
  83. Naeser MA, Martin PI, Nicholas M, Baker EH, Seekins H, Helm-Estabrooks N, et al. Improved naming after TMS treatments in a chronic, global aphasia patient–case report. Neurocase. 2005; 11: 182-93.

Martin PI, Treglia E, Naeser MA, Ho MD, Baker EH, Martin EG, et al. Language improvements after TMS plus modified CILT: Pilot, open-protocol study with two, chronic nonfluent aphasia cases. Restor Neurol Neurosci. 2014; 32: 483-505